A morte de cada pessoa dói. É uma ausência que não pode ser mais aliviada pelo aconchego de um breve reencontro. Sofrem a família, os amigos, os mais próximos.
Mas quando parte alguém que é do coletivo, uma cidade inteira se esvazia. Fica um lamento difícil de digerir. Nesta semana Robson dos Reis deixou Itabira mais fria e cinza.
Bim, do bar mais famoso entre os torcedores alvinegros, recebia gente de qualquer torcida, sempre com simpatia e bom humor. O bon-vivant era famoso pelos tira-gostos de comer rezando, a cerveja sempre gelada, e a prosa bastante afiada no balcão.
Há pessoas que não passam em vão pela vida. Bim era dono de um coração nobre. Cuidava dos cães de rua da redondeza, resgatava os mais debilitados.
Tirava do bolso para amenizar o sofrimento deles. Os fiéis frequentadores do seu estabelecimento dividiam espaço com os totós que estavam sempre por ali, agradecidos.
A Vila Amélia está em luto. Os atleticanos da cidade, inconformados. Peladeiros que marcavam ali a resenha depois da cancha, estarrecidos.
Bim não se despediu. Não era mesmo do seu feitio. Deixou saudades e precoce nostalgia. Ficam as memórias e a vontade de que o Galo siga honrando a sua torcida aguerrida de uma vida inteira.
Vá em paz, querido! Aqui, manteremos você vivo nas mais doces lembranças.
Fonte – Vila de Utopia