Banco do Povo: “Agenda com Secretário da Fazenda está marcada”. João Tôrres informou a data durante a Assembleia.

No fim da tarde desta quinta-feira (11), no auditório da PMI, João Tôrres, presidente da Associação de Crédito Popular de Itabira “Banco do Povo”, realizou a Assembleia da instituição para apreciação das contas e assuntos de interesse dos associados. A reunião começou com uma breve explanação da história da Associação e os caminhos percorridos desde 1999, época de sua fundação ainda na gestão do então prefeito Jackson de Pinho Tavares. Por meio de projeção em telão, o presidente explicou a situação: “A instituição realizou, desde a sua fundação, 1.146 empréstimos a pequenos empresários até 2016, destes empréstimos, apenas 12 clientes não honraram o compromisso, o que trouxe um passivo de R$194.186,58”. De 1999 a 2016, houve financiamentos (BDMG) e aportes (Prefeitura de Itabira) de R$450.000,00, gerando uma rotatividade de capital em mais de R$2.000.000,00 (dois milhões de reais). Questionado sobre estes valores, o presidente esclareceu que tão logo o cliente pagava o empréstimo, ele contratava um novo, o que gerava o aumento do capital: “O dinheiro quase não parava no caixa, pois os empresários sempre pegavam emprestado e pagavam fielmente. A rotatividade era alta”, esclareceu. Ainda de acordo com João Tôrres, a dívida contabilizada está em torno de R$70.000,00 graças a rescisão com ex-funcionária, débitos com INSS, GPS, PIS, FGTS e fornecedores.
Questionado sobre a busca de soluções para resolver a situação financeira, João Tôrres disse que esteve em duas reuniões com a empresa Vale S/A que “não se interessou em colaborar”; alegou que a linha de crédito do BDMG para a natureza pretendida (empréstimo) como em 2000 e 2001, está fechada; a relação com o governo anterior também foi questionada: “Estão aqui os diversos ofícios que enviei para o (ex) prefeito Ronaldo Magalhães solicitando uma audiência, ele não respondeu nenhum. Lembro que a prefeitura é a principal mantenedora do Banco do Povo e o último aporte que tivemos foi em 2016, na gestão do Dr. Damon. Passamos 4 anos sem nenhum interesse do governo passado em sequer marcar uma reunião”, desabafou o presidente do Banco.
O desemprego crescente, a alta procura por empréstimos pelos pequenos empreendedores e o fim do auxílio emergencial são as principais razões para a “reativação” do Banco, ponderou o presidente. “Não se justifica criar uma outra instituição para colaborar com nossos empresários e empreendedores, o Banco do Povo tem expertise e toda estrutura necessária. Estamos prontos para dar a volta por cima”. Durante a Assembleia, o presidente recebeu um telefonema do gabinete do Secretário Municipal da Fazenda, Gilberto Silva Ramos. O encontro foi agendado para dia 25 de fevereiro, às 14 horas.Participantes
Marcelino de Castro, que presidiu o Conselho Municipal de Política Cultural (CMPC), em 2018, disse que uma alternativa de serviço a ser prestado pelo Banco do Povo é a gestão dos recursos reembolsáveis do Fundo Municipal de Cultura, que precisa de um agente financeiro para gerir a modalidade.
“Hoje precisamos alavancar o setor econômico da Cultura, com ações concretas e investimentos robustos, para conseguirmos seguir adiante vencendo a dependência da mineração. Vejo o Banco do Povo, que sabe gerir microcrédito, como a ferramenta a ser utilizada pelo Município também em prol da Cultura”, explicou. O Advogado Leonardo Almeida de Oliveira, representante da Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agropecuária de Itabira – ACITA viu com bons olhos o encontro: “Toda discussão quando envolve pessoas de vários segmentos é sempre positiva e toda iniciativa que visa fomentar o crédito é sempre bem vista, em especial pela ACITA, instituição que represento neste ato. Vejo com bons olhos essa vontade da sociedade organizada, hoje aqui representada, em querer voltar com a Associação, não apenas como Banco, mas também pelo lado social, que é o fundamental da instituição. Será necessário conversar não apenas com o Executivo, mas também com outras fontes de fomento. Itabira está na hora da mudança, rever seu futuro com base na diversificação econômica e o Banco do Povo pode colaborar neste processo”.
Luciano Roberto Messias, Conselheiro Fiscal do Sindicato Metabase de Itabira e Região também aprovou o resultado da Assembleia: “Reunião extremamente proveitosa e vejo uma luz no fim do túnel. O mercado é feito de estratégias boas e com elas podemos alavancar, iniciar um bom projeto. Não vejo problemas com a dívida do Banco do Povo, que não é tão grande assim. Parabenizo o João Tôrres por levantar esta bandeira que trará sustento financeiro aos já combalidos pequenos empresários e empreendedores de Itabira. Pequenas atitudes podem gerar grandes negócios e grandes oportunidades. Itabira só tem a ganhar com o Banco do Povo”, finalizou o Conselheiro.
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