O Ministério Publico de Minas Gerais (MPMG) recuperou um crucifixo furtado em 1994, que agora foi devolvido para à comunidade de Itatiaia, na cidade de Ouro Branco.
Banco de imagens desaparecidas do MPMG registra 787 peças sacras cadastradas. De 2003 a 2019, 420 peças foram recuperadas.
Nesse domingo, 13 de junho, dia dedicado a Santo Antônio, a comunidade de Itatiaia, distrito de Ouro Branco, recebeu de volta um crucifixo do século XVIII, furtado em 1994. A imagem sacra de madeira, com representação do Senhor do Bonfim, integra o acervo da igreja Matriz de Santo Antônio de Itatiaia, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1983.
A descoberta do crucifixo se deu por meio de denúncia, em 2014. E-mail recebido pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) apontou que a peça figurava em uma publicação, o catálogo “Oratórios Barrocos, Arte e Devoção na Coleção CasaGrande”.
A partir da denúncia, a equipe técnica da instituição pesquisou o banco de dados, fez análise comparativa, identificou as modificações que haviam sido feitas para tentar dificultar o reconhecimento da peça furtada. As pesquisas mostraram se tratar do mesmo crucifixo levado da igreja de Santo Antônio e recomendou que o detentor da peça fornecesse acesso físico e apresentasse documentos que comprovassem a procedência e posse dela.
O detentor informou que havia adquirido o crucifixo em um leilão realizado na cidade de São Paulo e fez um acordo com o MPMG para devolver espontaneamente a peça, em 11 de setembro de 2014, na sede da Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais.
A partir daquela data a peça ficou custodiada no Iepha, até ser entregue ao Museu da Arquidiocese de Mariana, em agosto de 2015, onde ficou guardado até agora, quando foi devolvida ao distrito de Itatiaia, em Ouro Branco. O MPMG mantém as demais peças furtadas do distrito de Itatiaia cadastradas no banco de dados, mas não tem pistas sobre elas.
Peças desaparecidas
Atualmente, a Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais tem 787 peças sacras cadastradas no banco de dados de imagens desaparecidas, um trabalho que vem sendo feito desde 2008.
De 2003 a 2019, 420 peças foram recuperadas. – Listas de bens culturais procurados