CPI investiga contrato de R$ 1,1 bi da Cemig com a IBM. Comissão ouve funcionários da estatal de energia sobre contratação da multinacional com dispensa de licitação.
A CPI da Cemig se reúne nesta segunda-feira (30/8/21), às 14 horas, no Auditório José Alencar. Serão ouvidos sobre o tema, na condição de testemunha, Sílvia Cristiane Batista, ex-superintendente de Relacionamento Comercial da empresa, e Wantuil Teixeira, superintendente do Centro de Serviços Compartilhados da estatal.
A IBM foi contratada por R$ 1,1 bilhão para, ao longo de dez anos, prestar consultoria em transformação digital e implementar um modelo integrado de atendimento aos clientes, conhecido como omnichannel.
A falta de concorrência para uma contratação desse porte, por meio da inexigibilidade de licitação, chamou a atenção dos membros da CPI. Outra situação controversa na qual o acordo com a IBM está envolvido diz respeito ao processo licitatório de fevereiro de 2020 para o serviço de call center na Cemig.
Denúncias apontam que, enquanto a empresa vencedora do certame, a Audac, não foi chamada para prestar o serviço, a AeC – até aquele momento responsável pelo call center e que ficou em segundo lugar no pregão – teria sido subcontratada pela IBM para a mesma atividade, de forma a estender sua atuação na Cemig mesmo depois de não ser selecionada na licitação.
A AeC foi fundada por Cássio Azevedo, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico do governo Zema. O empresário faleceu este ano, vítima de câncer.
Outros contratos – Também estarão em pauta nesta reunião outras contratações diretas de serviços de consultoria e assessoramento técnico que não teriam sido feitas em conformidade com as normas internas da estatal.
Nas primeiras oitivas da CPI foram discutidos, por exemplo, contratos com a Exec, responsável por selecionar o próprio presidente da companhia, Reynaldo Passanezi Filho, e com escritórios advocatícios como o Lefosse, que já teve como sócio o diretor jurídico da Cemig, Eduardo Soares.