CPI investiga contrato de R$ 1,1 bi da Cemig com a IBM

CPI investiga contrato de R$ 1,1 bi da Cemig com a IBM. Comissão ouve funcionários da estatal de energia sobre contratação da multinacional com dispensa de licitação.

A contratação bilionária, sem licitação, da IBM Brasil pela Cemig será alvo de questionamentos dos deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) que investiga possíveis irregularidades na gestão da companhia energética do Estado.

A próxima reunião da CPI da Cemig está agendada para segunda-feira (30), às 14 horas – Arquivo ALMG – Foto: Daniel Protzner

A CPI da Cemig se reúne nesta segunda-feira (30/8/21), às 14 horas, no Auditório José Alencar. Serão ouvidos sobre o tema, na condição de testemunha, Sílvia Cristiane Batista, ex-superintendente de Relacionamento Comercial da empresa, e Wantuil Teixeira, superintendente do Centro de Serviços Compartilhados da estatal.

A IBM foi contratada por R$ 1,1 bilhão para, ao longo de dez anos, prestar consultoria em transformação digital e implementar um modelo integrado de atendimento aos clientes, conhecido como omnichannel.

A falta de concorrência para uma contratação desse porte, por meio da inexigibilidade de licitação, chamou a atenção dos membros da CPI. Outra situação controversa na qual o acordo com a IBM está envolvido diz respeito ao processo licitatório de fevereiro de 2020 para o serviço de call center na Cemig.

Denúncias apontam que, enquanto a empresa vencedora do certame, a Audac, não foi chamada para prestar o serviço, a AeC – até aquele momento responsável pelo call center e que ficou em segundo lugar no pregão – teria sido subcontratada pela IBM para a mesma atividade, de forma a estender sua atuação na Cemig mesmo depois de não ser selecionada na licitação.

A AeC foi fundada por Cássio Azevedo, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico do governo Zema. O empresário faleceu este ano, vítima de câncer.

Outros contratos –
 Também estarão em pauta nesta reunião outras contratações diretas de serviços de consultoria e assessoramento técnico que não teriam sido feitas em conformidade com as normas internas da estatal.

Nas primeiras oitivas da CPI foram discutidos, por exemplo, contratos com a Exec, responsável por selecionar o próprio presidente da companhia, Reynaldo Passanezi Filho, e com escritórios advocatícios como o Lefosse, que já teve como sócio o diretor jurídico da Cemig, Eduardo Soares.