Operação Kavod: 20 mandados são cumpridos contra o crime organizado
Nesta terça-feira (8/2), foi deflagrada a segunda fase da operação Kavod, fruto de investigação conjunta conduzida pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), pelo Ministério Público e pela Polícia Militar, em repressão à atuação de uma organização criminosa envolvida em ataques a agentes de segurança pública. Ao todo, três investigados foram presos em virtude de mandado de prisão temporária e 17 buscas, efetuadas em endereços ligados à facção.
As medidas cautelares foram cumpridas nas cidades de Uberlândia e Uberaba, no Triângulo Mineiro, Monte Santo de Minas e Extrema, no Sul do estado, além dos municípios paulistas de Reginópolis, Itapevi e Praia Grande. As prisões ocorreram em Extrema, Itapevi e Reginópolis. Já as buscas resultaram na apreensão de documentos e aparelhos celulares que serão analisados no bojo das investigações.
O chefe do 9º Departamento de Polícia Civil em Uberlândia, delegado Marcos Tadeu de Brito Brandão, destaca a efetividade do trabalho conjunto contra o crime organizado na região. “A operação Kavod é mais uma resposta da integração das forças de segurança no combate às organizações criminosas, por meio de investigações qualificadas. Trabalhos juntos e de forma coesa para coibir a criminalidade ”, pontua.
Em virtude das duas fases da operação Kavod, já foram identificados e presos preventivamente 16 integrantes da facção criminosa alvo das investigações, e a polícia trabalha para a localização de outros seis suspeitos.
Contextualização
O foco da operação Kavod é a identificação de integrantes da organização criminosa que atuaram no ataque contra um policial penal, em novembro de 2020, no bairro Dom Almir, zona Leste de Uberlândia. Durante as investigações, descobriu-se que os suspeitos roubaram um veículo e realizaram a tentativa de execução do policial utilizando armas de grosso calibre.
Em decorrência da apuração do atentado, e de outros casos ligados a organizações criminosas atuantes na região – tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e demais crimes relacionados -, foi desencadeada a primeira fase da operação Kavod, concomitantemente com a operação Disciplina da Lei, no dia 21 de novembro de 2020. Na ocasião, foram realizadas diligências para o cumprimento de 42 mandados de prisão e 35 mandados de busca e apreensão.
O inquérito que apurou o ataque contra o policial penal foi concluído com indiciamento dos envolvidos, que resultou na denúncia contra 13 integrantes da facção criminosa, cujas prisões foram mantidas pelo juízo da 4ª Vara Criminal.
Desdobramentos
Um novo inquérito foi instaurado para apurar a responsabilidade de demais integrantes até então não identificados. Em investigações relacionadas com outros fatos criminosos praticados por membros da organização alvo, foi identificado um suspeito natural do estado de São Paulo, que foi detido em virtude de mandado de prisão, no dia 8 de abril de 2021, em Patrocínio (MG). Na ocasião, o homem portava armas e drogas, razão pela qual foi preso em flagrante. Realizada a perícia na arma de fogo apreendida, evidenciou-se que o armamento foi usado por integrantes da facção na tentativa de homicídio em Uberlândia.
Com base em novos elementos informativos, as apurações amadureceram com a identificação de dois suspeitos radicados em São Paulo, os quais seriam os responsáveis pelo setor da facção que realiza os ataques contra policiais, além de outros integrantes radicados no Triângulo Mineiro e no Sul de Minas, os quais mantinham uma estrutura de comunicação para decisão das ações delituosas.
Após as prisões realizadas hoje, o inquérito policial deverá ser concluído em 30 dias.
Integração
Pelo Ministério Público, participam da investigação o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Uberlândia e a 18ª Promotoria de Justiça, além da PCMG, por meio do 9º Departamento de Polícia Civil (9º DEPPC) em Uberlândia, e da Polícia Militar de Minas Gerais.
Já a segunda fase da operação contou com efetiva participação das unidades paulistas do Gaeco de São Paulo, Ribeirão Preto e Santos, bem como das unidades mineiras do Gaeco de Uberlândia, Uberaba, Passos e Pouso Alegre. O cumprimento dos mandados contou também com o empenho de 60 policiais militares de Minas e da equipe de policiais civis do 9º DEPPC e do 5º Departamento em Uberaba.
Com informações do MPMG
Veja também
Operação Tofete termina com quatro presos por estupro de criança