Operação Hydra mira quadrilha especializada em golpes cibernéticos
Na manhã de quarta-feira (9/2), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) em Poços de Caldas, no Sul do estado, realizou a operação Hydra, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em aplicar golpes pela internet. Levantamentos indicam que mais de 15 mil pessoas teriam sido vítimas do grupo criminoso, em todo o Brasil.
Com o avanço das investigações, iniciadas há cerca de um ano, a Polícia Civil representou à Justiça pelas ordens de prisão e de busca e apreensão contra os suspeitos, além de medidas cautelares de bloqueio de bens da quadrilha. Ao todo, 35 policiais civis cumpriram seis mandados de prisão preventiva e outros dez de busca e apreensão. Durante os trabalhos, a PCMG arrecadou celulares, computadores, documentos, motocicletas, nove veículos de luxo, entre outros objetos.
Os presos, cinco homens e uma mulher, entre 20 e 22 anos, foram conduzidos à sede da Delegacia Regional em Poços de Caldas para a formalização dos procedimentos. Em seguida, o grupo foi encaminhado ao sistema prisional, onde permanece à disposição da Justiça.
Esquema criminoso
Segundo apurado, os suspeitos criavam sites anunciando a venda de produtos mediante dropshiping (metodologia de venda em que o lojista trabalha sem estoque), afirmando que as encomendas sairiam diretamente de fábricas da China, com destino à casa do consumidor. O prazo de entrega informado nos anúncios era de, aproximadamente, três meses. Quando os consumidores formalizavam reclamações pelo não recebimento das mercadorias, os envolvidos derrubavam o sítio eletrônico e criavam outros.
Mais de cinquenta sites utilizados para o cometimento dos crimes foram identificados durante a investigação. Geralmente, os suspeitos anunciavam, a preços baixos, a venda de brinquedos, eletrônicos e produtos de pet shop.
Investigações apontam que o dinheiro arrecadado com os crimes gerou um patrimônio milionário para os suspeitos. Somente com a compra e venda de carros de luxo, estima-se que os investigados tenham promovido a lavagem de dinheiro de um montante superior a R$ 3 milhões. Para impulsionar os anúncios em redes sociais, a quadrilha teria gastado mais de R$ 100 mil.
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