As desavenças da Rússia incentivam o envio de ajuda militar israelense para Ucrânia e pode se tornar uma “alavanca” para maiores desentendimentos no campo estratégico do Oriente Médio.
Entre os itens desse possível apoio militar à Ucrânia, estariam meios defensivos, marcando uma mudança significativa no apoio de Israel, que até então estava focado apenas em um apoio “simbólico”, condenando a invasão russa e enviando no máximo, itens de proteção balística. Há duas semanas, o ministro da Defesa, Benny Gantz, disse que Israel enviaria coletes e capacetes de proteção para os serviços de resgate e emergência ucranianos. Jerusalém também montou um hospital de campanha em Lviv e doou várias ambulâncias blindadas com tração nas quatro rodas.
As desavenças ocorrem em meio às mudanças na retórica russa, que justificava a invasão como um processo de “desnazificação” da Ucrânia, mas que recentemente sofreu um revés, com relatos de que Adolf Hitler possui sangue judeu, e que o presidente Vlodimir Zelensky, que é judeu, não seria uma exceção. Os comentários do chefe da diplomacia russa, Sergey Lavrov caíram como uma “bomba” em Israel, com a sua liderança condenando todos os comentários. O ministro das Relações Exteriores, Yair Lapid, disse que “o nível mais baixo de racismo contra os judeus é acusar os próprios judeus de antissemitismo”.
Nesse momento, uma reunião de oficiais de defesa está planejada para os próximos dias para discutir quais plataformas ou suprimentos podem ser fornecidos à Ucrânia. Com a possibilidade do envio de ajuda militar israelense para Ucrânia, o cenário geoestratégico envolvendo esses dois atores (Rússia e Israel) na Síria passa a ser ainda mais complexo.
A Rússia, focada em defender apenas seus interesses na Síria, tem evitado engajar caças israelenses, cujo objetivo é bombardear depósitos de munição que de outra forma, seriam usados para suprir os terroristas apoiados pelo Irã na região. Estima-se que parte desse apoio seja fornecido por outros países que detém tecnologia de defesa israelense, como a Estônia, e que a relação até então, amistosa entre Rússia e Israel na Síria se torne uma “alavanca” para maiores desentendimentos no campo estratégico do Oriente Médio.
Fonte: Hoje no Mundo Militar
