É tradicional que o preço da carne aumente na reta final do ano, com a demanda aquecida pelas festas de confraternização. O consumidor em Belo Horizonte sente isso no bolso e, no começo deste mês, já pagava até 15% a mais em comparação ao mês anterior, segundo o site de pesquisa Mercado Mineiro. Na perspectiva do agronegócio mineiro, o alívio não deve chegar à mesa no curto prazo.
Por outro lado, há uma perspectiva mais positiva para as carnes de boi e frango. “Com o porco e o frango, normalmente, como são animais confinados, você tem uma variação de preço muito mais ligada à oferta de grãos. Como no ano passado tivemos uma oferta de grãos menor, tivemos um pouquinho de acréscimo nessas duas carnes. Neste ano, espera-se que a oferta de grãos seja mais equilibrada e passemos de 300 milhões de toneladas. Certamente, teremos carne de frango e porco mais acessível para a população brasileira e mineira”, detalha de Salvo
Café continua mais caro
O café moído ficou quase 33% mais caro nacionalmente no Brasil nos últimos 12 meses, segundo o IBGE. Em BH e região, a alta foi maior ainda, de praticamente 41%. No centro da alta, estão as condições climáticas, uma combinação de granizo no final de 2023 seguido por um período agressivo de seca e elevação de temperatura nas áreas de plantio em Minas.
No curto prazo, não há expectativa de reversão do cenário de baixa da produção, pontua o presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio de Salvo. “Nós tivemos queda de produção, agora dólar alto, uma exportação ainda maior e aumento do cafezinho. Isso faz parte desses produtos. Quando você tem menos oferta, tem um preço maior”. A esperança, diz ele, é a expansão do parque cafeeiro em Minas e aumento de produtividade das fazendas, o que poderia aumentar consistentemente a oferta de café — e diminuir o preço — em alguns anos.