MPMG oferece estrutura para emissão de identidade a pessoas com autismo

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MPMG oferece estrutura para emissão de carteiras de identificação para pessoas com autismo na Praça da Assembleia

Atendimentos foram realizados neste domingo, 6 de abril, durante o “Encontro de Confraternização dos Autistas, Familiares e Amigos”; evento teve por objetivos ampliar o conhecimento sobre o transtorno, fomentar o debate sobre inclusão e acessibilidade e fortalecer políticas públicas voltadas a essa população.

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Promoção dos Direitos dos Idosos e das Pessoas com Deficiência (CAO-IPCD), participou neste domingo, 6 de abril, do “Encontro de Confraternização dos Autistas, Familiares e Amigos, na Praça da Assembleia”, em Belo Horizonte.

Fotos: MPMG

O evento foi promovido pela Comissão Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), em parceria com diversas instituições, em comemoração ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, 2 de abril.

O encontro buscou ampliar o conhecimento sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), fomentar o debate sobre inclusão e acessibilidade, além de fortalecer as políticas públicas voltadas a essa população.

Carteiras de Identificação 

Com o apoio do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Apoio Comunitário, Inclusão e Mobilização Sociais (CAO-Cimos), por meio do projeto MP Itinerante, uma van foi disponibilizada para a realização de atendimentos. No veículo, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas Gerais (Sedese) emitiu gratuitamente Carteiras de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea). Ao todo, 35 documentos foram emitidos e 26 estão em tramitação.

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A Ciptea é um instrumento que visa garantir a atenção integral, o pronto atendimento e a prioridade no atendimento e no acesso aos serviços públicos e privados, em especial nas áreas de saúde, educação e assistência social, mediante a apresentação do documento pelo cidadão.

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Rafaela Rani Alves Lélis, mãe das gêmeas Maria Aline e Maria Luiza, de 4 anos, ambas autistas, compareceu ao evento para tirar a carteira para as filhas. De acordo com ela, o documento vai ajudar muito no dia a dia das crianças e da família. “As pessoas olham e não enxergam o autismo. Eu sempre ando com uma pasta de documentos para comprovar a situação, e com a carteirinha, essa quantidade de papéis será reduzida”, comentou.

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Mãe solteira, Rafaela contou que, antes do nascimento das filhas, trabalhou durante sete anos como auxiliar de apoio a pessoas autistas. Por conta disso, quando as filhas tinham apenas oito meses, já conseguiu identificar os sinais do transtorno. “Depois de seis meses, os médicos confirmaram o diagnóstico”, disse.

Enquanto aguardava o atendimento, a mãe das gêmeas destacou a importância do encontro. “Eventos assim são fundamentais para dar visibilidade para as pessoas com autismo, para promover a inclusão e para conscientizar a população sobre essa realidade”, avaliou.

Gerson Omar de Souza, funcionário da Copasa, também foi ao evento em busca da carteirinha para o filho, Pedro Lucas Souza Silva, de 16 anos, que além do transtorno do espectro autista, também tem síndrome de down.

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Para Gerson, quando as instituições vão para as ruas, até os cidadãos, facilitam muito a vida de muitas pessoas. “Isso ajuda muito a gente, porque na correria do dia a dia, é muito difícil ir atrás dos nossos direitos”, comentou.

Na opinião da coordenadora do CAO-IPCD, promotora de Justiça Érika Matozinhos, o evento representa um importante momento de inclusão social, ao reunir pessoas com autismo, suas famílias e a sociedade em um ambiente de acolhimento, trocas e convivência. “Mais do que uma confraternização, é um espaço de afirmação de direitos e de visibilidade”, ressaltou.

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De acordo com a promotora, a participação do Ministério Público no encontro reforça o papel da instituição na promoção da cidadania e na defesa dos direitos das pessoas com deficiência. “Estar presente em iniciativas como essa permite ao MP se aproximar da comunidade, fortalecer o diálogo e ampliar o acesso a instrumentos fundamentais, como a Ciptea, que garante prioridade e atenção integral em serviços públicos e privados”.

O assessor jurídico do CAO-IPCD, Magno Alves, que participou dos atendimentos, lembrou que a Ciptea é a porta de entrada para os outros direitos. “Estamos acostumados a ver as deficiências físicas, aquelas que conseguimos constatar de imediato. Mas o autismo é uma deficiência oculta e, por isso, a carteirinha é fundamental”.

Também presente no evento, o coordenador do CAO-Cimos, promotor de Justiça Paulo César Vicente de Lima, lembrou a importância de o MPMG ir até a população. “A maior parte das pessoas não tem conhecimento sobre o autismo. Essa aproximação é essencial para esclarecer sobre os direitos e fomentar a cidadania”, comentou.

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Durante o evento, houve também atividades artísticas e recreativas.

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